domingo, 31 de agosto de 2008

Emotion design

Um dos objetivos desse blog era servir como base de dados pra pessoas interessadas em começar a criar coisas relacionadas a sexo se inspirarem e acharem fonte pra pesquisa. Uma das tendências de pesquisa que pode ser interessantíssima, não só para criar objetos com finalidade sexual mas também para pensar em incutir sensualidade em afins, é o emotion design. Basicamente, consiste em criar pensando nas necessidades do usuário; não só nas necessidades físicas (ergonomia, conforto, e outros conceitos clássicos de usabilidade), mas nas necessidades psicológicas de seus usuários. A questão não é só se um objeto cumpre a tarefa a que ele é designado ou não, mas uma outra série de prazeres que o objeto pode causar direta ou indiretamente. O livro Designing Pleasurable Products dá uma boa resumida em como pode-se tentar investigar esses prazeres a serem explorados, dividindo-os em quatro categorias:
- Prazer físico: o mais claramente usado em desenvolvimento de produtos eróticos do tipo vibradores e afins. São as sensações positivas que derivam de partes do corpo, órgãos, os cinco sentidos, etc. Aqui entram o cheiro do produto, a textura, a forma bem resolvida, e o próprio estímulo a órgãos sexuais...
- Prazer social: são as sensações derivadas da relação do usuário com outras pessoas ou com a sociedade como um todo. Aqui entram características de produtos que fazem a pessoa sentir-se identificada com o grupo social ao qual ela pertence (por exemplo, couro preto para fetichistas); ou produtos inusitados cuja posse faz a pessoa ‘ter assunto’ com os amigos, e assim sentir-se bem...-Prazer psicológico: sensações originadas de reações psicológicas e emocionais. Do tipo satisfação de ver algo estar sendo bem feito graças ao produto.
- Prazer ideológico: a sensação vinda de apreciação de coisas como arte, livros ou música. Ou a sensação de ter um objeto que esteja de acordo com seus valores morais/éticos (ex: objetos feitos de matérias primas renováveis, quando a pessoa tem uma consciência ecológica forte)
As categorias servem apenas como base para observar como um usuário se relaciona com um produto e o que o faria mais atraído por ele. Uma análise deste tipo é muito válida quansdo estamos falando de algo tão emocional/instintivo quanto o sexo.

Mais: Jordan, Patrick W. Designing Pleasurable Products. ISBN 0-415-29887-3

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