sábado, 11 de outubro de 2008

Adstringentes femininos, funciona?

Graças à nossa participação na Erótika Fair, podemos ver ao vivo e especialmente, perguntar se esses produtos funcionam. Pra quem não sabe os adstringentes femininos são aqueles cremes/géis que 'possuem a propriedade' de contrair a musculatura vaginal, fazendo-a parecer "mais apertadinha". Fato é que ontem perguntamos pra várias pessoas, e não encontramos ninguém que já tivesse usado o produto, mesmo entre os vendedores. Na falta de alguém confiável dizendo que funciona, e na ausência de publicidade a esse respeito (por motivos óbvios), o consumidor encontraria então o primeiro estímulo de compra na embalagem, que deveria funcionar como uma propaganda do produto, reafirmando sua eficácia. O problema é que as embalagens que a gente analisou não fazem isso.
Como se vê na imagem acima, nenhuma das embalagens consegue passar uma mensagem de "virgindade" ou qualquer outra função subliminar que o produto tenha. Se o produto não é conhecido, ele deve passar confiabilidade no efeito que promete. Mas se a embalagem nem deixa claras as suas intenções (antes de bulas, rótulos ou outras informações que a pessoa só lê quando já se interessou), ela não consegue despertar o interesse sem o discurso do vendedor. O preço desse tipo de produto também não ajuda o consumidor a diferenciar, visto que todos estão na mesma média. O design da embalagem é o único diferencial que poderia ser aplicado - e sem aumentos significativos no preço final - para uma abordagem mais interessante. Os processos gráficos aplicados e os materiais usados na embalagem são os mesmos que podem ser usados de uma maneira mais eficaz, com um projeto que leve em conta a mensagem a ser transmitida ao consumidor final.
Exemplos fantásticos de produtos que não sabemos se funciona, mas vendem a mensagem e são comprados muitas vezes APENAS pela mensagem, são os cosméticos e produtos de banho da americana Blue Q. Não é uma empresa voltada para produtos eróticos, mas algumas linhas possuem um apelo irônico/sexual que os diferencia, como na linha Mental Case, uma linha de sabonetes de "terapia para distúrbios da vida comum": crise de meia idade, ninfomania, amor insano, entre outros.

Apesar de obviamente não ter a função citada, os sabonetes da Blue Q têm uma estratégia incrível de vendas. E se pudermos considerar o efeito placebo, talvez funcionem mais do que alguns produtos eróticos.

2 comentários:

Unknown disse...

Achei sua critica um tanto quanto precipitada. Acredito que ela seja pelo desconhecimento das dificuldades por que passam as empesas de produtos eróticos, quando do registro dos produtos junto a ANVISA.

Os Americanos são muito mais liberais... Lá é só fazer o produto e notificar o depto legal que o fabricante daquele produto é você, e colocar no rótulo do produto o número daquela notificação.

aqui no Brasil, a rotulagem é analisada pela anvisa, e se houver qualquer apelo sexual não passa pelo crivo deles.

O uso do produto como adestringente vaginal, não pode ser informado na rotulagem, sequer aludido, tipo: "Virgin again" ou um chamada do tipo "Estreitador do CANAL VAGINAL", nada disso é permitido!

Meu nome é Deni Couto, nos conhecemos no domingo na Feira Erótika Fair, e gostaria que você se informasse do assundo e na proxima sexta feira, se voces acharem uma solução para o problema, eu encomendarei a criação de um layaout novo para o nosso produto "Violet" Adstringente que realmente funciona.

Deni Couto - 11 9989-0307
dennicouto@terra.com.br

we are sex designers disse...

Se a ANVISA não permite esse tipo de coisa, um dos produtos cuja foto está nesse post está irregular, pois se chama "Virginie". A questão não é o uso de alusões diretas, mas uma melhor interpretação do efeito desejado, o que não precisa necessariamente ser dito em palavras. (na verdade, algo escrito "estreitador do canal vaginal" poderia ser considerado invasivo/ de mau gosto. é complicado escrever isso abertamente)